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Manhã preguiçosa

DOENÇAS DO EIXO CÉREBRO-CORAÇÃO

As doenças cardiovasculares são importantes deflagradoras de doenças cerebrais, tais como, o acidente vascular cerebral, demência, e doenças psico-cognitivas. Transtornos mentais e fatores psicológicos negativos contribuem para as doenças cardiovasculares.

Exemplos da conexão cérebro-coração, tem sido registrados na literatura. Pacientes portadores de arritmia, apresentam risco para demência e danos cerebrais silenciosos. A insuficiência cardíaca associa-se ao comprometimento cognitivo e à demência devido à redução do fluxo sanguíneo cerebral. Indivíduos esquizofrênicos, bipolares, epiléticos ou deprimidos são mais propensos a doenças cardiovasculares.

O TRATAMENTO BASEIA-SE NA AÇÃO SOBRE O EIXO E NÃO SOBRE SISTEMAS ISOLADOS

Essa interação é complexa. Por um lado, o cérebro controla a função do coração e dos vasos sanguíneos por meio de circuitos específicos do Sistema Nervoso Autônomo. Por outro lado, o coração também apresenta uma organização de neurônios, dispostos como um "mini-cérebro", o sistema nervoso intracardíaco, que promove ajustes locais sutis para que os batimentos do coração funcionem de maneira regrada e constante. Desta forma, modular o cérebro e o coração ao mesmo tempo tem se mostrado revolucionário no controle das arritmias e das disautonomias. 

The Fascinating Relationship Between the Heart & Brain.
A Relação Fascinante entre o Cérebro e o Coração.


A relação entre o coração e o cérebro assemelha-se a uma dança complexa que ajusta o tom da nossa experiencia de vida. Neste video, nós compartilhamos algumas das descobertas científicas incriveis referente a dinamica, bem como o aprendizado da coerência cardíaca e seus benefícios para nosso bem estar físico, mental e emocional.
HeartMath Institute Youtube, 17 de nov. de 2021.

3D Model of the Heart’s ‘Brain’
O modelo tridimencional do cérebro do coração.
disponível em <harvard.com/3dmodel>

Os cientistas desenvolveram um coração virtual em 3D que mostra a rede única de neurônios no interior do coração, chamada sistema nervoso intracardíaco (ICN). Ele ajuda a ajustar os sinais externos do sistema nervoso autônomo para manter o coração batendo suavemente. Um ICN funcionando corretamente é essencial para uma boa saúde do coração.
Dentro da Ciência Youtube, 17 de nov. de 2020.

A TECNOLOGIA E O CONTROLE DO EIXO CÉREBRO-CORAÇÃO

Estimulação vagal auricular transdérmica para o tratamento da síndrome de taquicardia postural

Estimuladores vagais transdérmicos não invasivos têm sido aplicados para o tratamento de epilepsia, ansiedade, depressão, dor de cabeça e síndromes de dor crônica. Os efeitos antiinflamatórios e imunomoduladores após estimulação vagal transdérmica são evidenciados também em pacientes com hiperatividade simpática, redução do impulso vagal cardíaco e presença de inflamação sistêmica como POTS. 

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A neuromodulação autonômica não invasiva está abrindo novos cenários para doenças cardiovascular

Uma série de quatro meta-análises, demostrou que a frequência cardíaca e sua variabilidade, importantes marcadores da saúde cardiovascular, do funcionamento cognitivo e do bem-estar emocional são influenciadas pela estimulação cerebral não invasiva. A estimulação de áreas cerebrais distintas causa respostas cardiovasculares diferentes. 

O TRATAMENTO BASEIA-SE NA AÇÃO SOBRE O EIXO E NÃO SOBRE SISTEMAS ISOLADOS

O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: O ELO ENTRE O CÉREBRO E O CORAÇÃO

O sistema nervoso autônomo (SNA) é um grande circuito neurológico formado por células, nervos e sensores, que têm origem no cérebro e o conectam a todo o organismo, controlando as funções automáticas e inconscientes.

 

São exemplos: a pressão arterial, a frequência cardíaca, os movimentos respiratórios, a temperatura corporal, os movimentos gastrointestinais, a cognição e atenção, o estado emocional, o apetite e o sono.

O SNA deve manter o corpo em equilíbrio, apesar de mudanças no meio ambiente, além de nos preparar para reações de “luta ou fuga” em situações de ameaça. Isso acontece graças à ação antagônica de duas redes neuronais, o sistema simpático e parassimpático, que modulam nossas reações, adequando-as aos estímulos externos ou a memórias de nossas experiências prévias.

O SNA conecta os órgãos ao cérebro, permitindo um fluxo constante de interações neuroendócrinas

DESBALANÇO AUTONOMICO: RESPOSTA AO ESTRESSE E A DESADAPTAÇÃO PSICO-FÍSICA

A Disautonomia, uma disfunção no funcionamento do Sistema Nervoso Autônomo, no controle automático de diversas funções sistêmicas, tais como a respiração, a frequência de batimentos cardíacos, níveis de pressão arterial,  temperatura, digestão e  funcionamento do intestino.

Pode ocorrer em qualquer idade, com manifestações clínicas variadas, que dificultam diagnóstico precoce e debilitam o paciente do ponto de vista físico e psicológico. Podem ser geneticamente determinadas ou adquiridas, causadas por doenças degenerativas, autoimunes, por ação direta de agentes infecciosos, doenças sistêmicas (Diabetes Mellitus, Doença de Parkinson, Amiloidose), pelo uso indevido de medicamentos, intensa perda de massa muscular e descondicionamento físico. 

A Disautonomia tem sido pouco valorizada, subdiagnosticada e confundida com depressão e síndrome do pânico, impactando a vida de milhares de pacientes que passam anos em busca de explicações para suas inaptidões físicas, laborais e sociais.

Why do people get dizzy after standing up? 
Por que as pessoas sentem-se tontas quando assumem a posicao em pé? Hipotensão Ortostática.
TIME.  Youtube, 21, dez 2017

Diagnosed with vasovagal syncope, what is it and what should I do?
Desmaios e diagnóstico de Síncope Vasovagal.  O que se deve fazer?
Leids Universitair Medisch Centrum.

Fainting (vasovagal sycope). youtube. 22 de mar. de 2019.

What is POTS?
O que é POTS?
Dysautonomia International. Youtube. 12 de maio de 2020.
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A Arritmia Cardíaca é uma doença comum, com sintomas de palpitações, aperto no peito e tontura. Podem induzir morte súbita ou limitar seriamente a saúde. Seus mecanismos são complexos; tratar apenas o ritmo anormal pode não resolver o problema fundamental. A eficiência dos tratamentos existentes, com medicamentos antiarrítmicos, é variável e o seu alcance é limitado devido aos efeitos adversos. 

O sistema nervoso autônomo participa ativamente da eletrofisiologia da célula cardíaca e dos mecanismos relacionados ao desencadeamento das arritmias cardíacas. Estudos avaliando a variabilidade da frequência cardíaca demonstram importante modificação autonômica antecedendo um quadro de fibrilação atrial. Tanto a ativação simpática quanto a estimulação parassimpática podem participar da manutenção dessa arritmia. Além disso, métodos que reduzem a inervação autonômica também reduzem a incidência de arritmias atriais, sugerindo que a neuromodulação possa ser uma ferramenta promissora no controle dessa arritmia. As arritmias ventriculares também se relacionam ao comportamento autonômico.

Estamos em uma nova era, da cardiologia comportamental, onde a pesquisa que integra o cérebro e o coração mostra que fatores psicológicos podem apresentar relações tanto de substrato quanto de desencadeamento da arritmia. A depressão tem sido relacionada a desfechos adversos, como morte súbita cardíaca. Pacientes com fibrilação atrial desenvolvem mais frequentemente transtornos de ansiedade, apresentam maior carga de sintomas depressivos e o funcionamento psicológico prediz consistentemente seus sintomas e qualidade de vida. 

Heart Arrhythmia, Causes, Signs and Symptoms, Diagnosis and Treatment. 
Arritmia Cardíaca, causas, sinais e sintomas, Diagnóstico e Tratamento.
https://www.youtube.com/watch?v=vUENCsETq4E, 2021

Heart Arrhythmias: Different Types and Symptoms
Arritmias Cardíacas: Diferentes Tipos e Sintomas
https://www.youtube.com/shorts/GOl8Wbvn52g, 2023
Heart Arrhythmia
Arritmia Cardíaca - Yale Medicine.
https://www.youtube.com/watch?v=b5G21_PHAKc, 2022

PRINCÍPIOS DA REABILITAÇÃO AUTONÔMICA

A Reabilitação Autonômica considera variáveis  que contribuem para a melhora da velocidade de contração de músculos e vasos sanguíneos, do retorno venoso, da frequência cardíaca e da pressão arterial durante a posição em pé e atividades da vida diária. Atua por meio de recursos tecnológicos e métodos diferenciados, em um sistema de modulação do controle autonômico, mediado por circuitos entre o cérebro e o coração, interferindo na regulação de todos os demais órgãos. 

A especialidade trabalha com métodos especiais que permitem a realização de exercícios graduais, evitando-se a fadiga ou exacerbação de sintomas. 

Para o condicionamento autonômico é necessária a personalização das estratégias, levando-se em consideração as características  físicas, sensoriais e psico-motoras do indivíduo durante o condicionamento físico.

 

Para isso, realiza-se uma avaliação funcional, uma coleta de dados sobre a rotina de atividades do paciente, em um questionário temporal de 24 horas. A qualidade do sono, os hábitos diários de ingesta hídrica, alimentação, prática de exercícios, tempo de trabalho,  desde o momento de despertar até o final do dia. O impacto sobre o humor, a atenção, a memória e a disposição física são informações relevantes para ajustes de condutas.

 

Essas informações são parâmetros importantes para futuras avaliações quanto ao sucesso do tratamento. A fisioterapia autonômica entende que o sedentarismo ocorre como resposta às dificuldades  físicas provocadas pela disautonomia e não o contrário.

 

A exacerbação dos sintomas prejudica a adesão à pratica de atividade física. Somente profissionais qualificados saberão identificar os sinais durante a avaliação do paciente e estabelecerão a frequência cardíaca ideal para que o limite de cada um não seja ultrapassado. Assim, poderão implementar um treino para a modulação do sistema autonômico. 

Abordagens diferenciadas devem ser propostas para as diferentes faixas etárias e para pacientes com sobreposições de doenças crônicas.  Essa individualização deve fazer parte do escopo para escolha terapêutica pela equipe multidisciplinar.

ESTÍMULOS CENTRAIS E PERIFÉRICOS RECUPERAM A FORÇA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR E A VELOCIDADE DE CONDUÇÃO DOS NERVOS

Se você apresenta intolerância à prática de exercícios ou consegue realizá-los mas, experimenta exaustão e ou piora dos sintomas, provavelmente existe desajuste na modulação autonômica e exacerbação das respostas ao estresse físico. O condicionamento tradicional não é capaz de ajudá-lo. A Reabilitação Autonômica poderá promover sua independência.

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Efeitos da estimulação elétrica muscular no fluxo cerebral

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A estimulação elétrica dos músculos desativados gera exercício cardiovascular, aumentando a demanda de oxigênio

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A estimulação magnética transcraniana é uma alternativa antidepressiva para paciente com síndrome de Brugada e síncope recorrente

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Efeito da estimulação magnética periférica na recuperação pós-cirurgica de quadril

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TREINAMENTO FÍSICO E NEUROESTIMULAÇÃO

O treinamento físico aeróbio moderado e supervisionado, associado a exercícios de resistência muscular promovem aumento da tolerância ortostática, além de seu indiscutível papel na qualidade de vida e autoconfiança dos pacientes.

Uma estratégia personalizada de reabilitação, utilizando tecnologia, facilita a estimulação sensório-motora, interferindo diretamente no eixo cérebro-coração e no balanço simpato-vagal.  

 

A neuromodulação cerebral não invasiva é um recurso terapêutico seguro, capaz de estimular ou inibir circuitarias cerebrais a partir de estimulações elétricas ou magnéticas controladas sobre o escalpo.

O DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA COM DISAUTONOMIA NÃO DIAGNOSTICADA

CONHEÇA A HISTÓRIA DA JULIA

Uma das meninas mais doces que conhecemos. A Julia, tinha um passado repleto de rótulos: na infância era considerada frágil, cansada, um tanto antisocial, aquela que não gostava de brincar como esperado para a idade. Na adolescência e juventude, uma moça inteligente, mas talvez deprimida. Uma dificuldade para falar em público, com reações corporais, diagnosticadas como ansiedade. Com a pandemia e o isolamento, o quadro se agravou, apareceram os desmaios e o medo em ficar sozinha ou sair para atividades do dia a dia. Questionar suas próprias capacidades era a sua principal característica.

Julia Salce - Disautonomia na Adolescência

O QUE FIZEMOS

Tudo começou com o diagnóstico médico: uma longa entrevista, a observação de todos os seus sintomas, sinais clínicos e angústias. A hipótese de disfunção do sistema nervoso autônomo foi feita por meio de exame clinico e do Tilt Test expandido com medidas hemodinâmicas.


Foi então submetida a tratamento clínico e fisioterapia especializada, entendendo que o extremo enfraquecimento postural era o primeiro alvo a ser abordado. Mas, o desafio era conseguir isso sem provocar fadiga ou aumento dos sintomas.

Para isso usamos tecnologia.

Controlamos tremores, pré-síncope e não desistimos até conseguir o desempenho máximo.  Neste caso, os potenciais musculares foram suficientes para reestabelecer o equilíbrio autonômico. 

Seguimos com treinamento muscular e respiratório de alta intensidade com monitorização cardiológica contínua.  Em dois meses, a Julia experimentou o total controle de seus sintomas e a reversão dos sinais típicos do desajuste autonômico.

Vida nova, com exercícios ativos e novo trabalho!

AVALIE A PRESSÃO ARTERIAL E A FREQUÊNCIA CARDÍACA AO INICIAR ATIVIDADE FÍSICA

A correta identificação de sinais e sintomas representa o primeiro passo para o diagnóstico certeiro e para a personalização do melhor tratamento de reabilitação. A aferição da pressão arterial e da frequência cardíaca é determinante para o reconhecimento de capacidades e limites de treino funcional. 
Portanto, se você se sente cansado e incapaz de realizar atividade física, realize este procedimento. 

O QUE FAZER FRENTE A UM DESMAIO

O desmaio (síncope) é uma experiência desagradável, traumática e que gera insegurança e limitações físicas, emocionais e sociais. Por isso, detectar os sinais premonitórios é fundamental para melhora da qualidade de vida e prevenção de quedas, traumas físicos e acidentes.

 

How to help someone who's fainted.

Como ajudar alguém que desmaia.

As pessoas podem desmaiar frente a dor, exaustão, fome ou estresse emocional. também pode acontecer quando alguém permanece longos períodos em pé, especialmente quando estão desidratadas e em ambientes com muito calor. Normalmente durante um desmaio, o pulso desacelera, a pele fica pálida, mais fria e com uma lâmina de suor. Se você presenciar o desmaio de alguém, assegure que ele esteja, deitado de barriga para cima, primeiramente posicione-se próximo ao seu rosto, verifique se existe fluxo de respiração. Em caso afirmativo, direcione-se para os membros inferiores, posicionando-os em elevação sobre seus ombros. Esta manobra garantirá aumento de fluxo sanguíneo e de oxigênio para o cérebro. Mantenha o ambiente calmo, fresco e desimpedido. Ao retomar a consciência, ajude-o a sentar lentamente e inicie o que chamamos de "contra-manobras". 

Fainting Causes & Treatment - First Aid Training - Youtube, St John Ambulance. St John Ambulance, 2016; Fainting First Aid - Learn what to do when somebody's fainting in 1 minute, Youtube, Healthchanneltv / cherishyourhealthtv, 2013.

O QUE FAZER FRENTE A UM DESMAIO

Além de se evitar os gatilhos, atitudes imediatas devem ser ensinadas ao paciente, a fim de evitar os desmaios. As Manobras de Contração Muscular (ou contramanobras musculares), quando realizadas  durante a fase inicial dos sintomas, permitem aos pacientes retardar ou evitar a ocorrência da síncope e  Contrações de grandes músculos, sentar-se ou deitar-se com pernas elevadas são algumas estratégias que devem fazer parte do dia a dia do paciente disautonômico. 

Manobras de bombeamento para membros superiores. Manual de exercícios. Da hipotensão ortostática à síncope. Neuroheart, 2019.

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